Economia, como tudo acontece

Sentimentos e percepções humanas é que definem os rumos da economia. Aqui você entenderá minimamente o que é ciência econômica, exemplos de condução econômica e posturam a serem seguidas quanto às publicações e comentários econômicos na imprensa. Você como você também pode colaborar.

Luciano Lima Pereira

7/30/20104 min read

Sentimentos e percepções humanas é que definem os rumos da economia. Aqui você entenderá minimamente o que é ciência econômica, exemplos de condução econômica e posturas a serem seguidas quanto às publicações e comentários econômicos na imprensa. Você como você também pode colaborar.

Ciência Econômica

Toda crise econômica nasce de incertezas e desconfianças sobre o mercado, seja local, regional ou global. Deste mesmo modo, algumas crises são minimizadas pela confiança na condução da economia.
Quando digo isso, refiro-me à maioria das crises, senão a todas elas. Alguns fatores, embora sejam do conhecimento de todo nós, parece que há coisas na vida que se não forem ditas clara e textualmente, dá-nos a impressão de que a ficha não cai. É o que sinto estar ocorrendo atualmente, o que torna motivo de grande preocupação.

É importante salientarmos que economia, assim como a política – intrinsecamente associadas uma à outra – pertence o rol das ciências humanas. Assim sendo, nada mais natural que dizermos que elas são conduzidas pelos anseios, desejos, sentimentos e percepções do público em geral.

É o público que diz o que acontecerá com a economia, não são os economistas, comentaristas, jornalistas e blogueiros. O que eu quero dizer com estas palavras é que o papel que os economistas exercem é o de “cientista econômico”, no sentido que eles devem analisar o momento econômico atual, captar as percepções que estão sendo absorvidas pela população (cidadãos, políticos e empresários) e estudar suas causas. A partir daí, cabe-lhes conduzir estratégias de ação para que um cenário negativo possa se traduzir em oportunidades, e assim evoluirmos a um cenário mais positivo e promissor para a economia.

Fatos Históricos Recentes
Não muito longe, há dois anos atrás, assistimos a uma crise econômica mundial de escala inigualável a qualquer outra de todos os tempos. Até porque, antigamente não existia a nossa conhecida globalização. Constituída de mercados, por vezes mais equilibrados no cenário mundial, mas primordialmente pela facilidade de acesso, quebra de barreiras (econômicas, tributárias e diplomáticas), contando com a quebra de alguns paradigmas, inclusive.
Neste exemplo, bolha imobiliária no mercado norte-americano, justamente em razão deste maior vínculo e de uma interação muito mais sinérgicas entre mercados do mundo todo, o que poderia ter sido meramente um problema local, acabou por afetar o mundo inteiro.
E neste momento, chamo a atenção de vocês para os dois lados de uma mesma moeda chamada confiança. Tanto foi o sentimento de desconfiança no mercado global que “produziu” este fenômeno em escala planetária, quanto é igualmente justo dizermos que foi o otimismo e a confiança (culturalmente típica) dos brasileiros que fez com que a crise afetasse o Brasil de uma maneira muito mais palatável, branda, superficial. Incomparável às demais grandes economias.
Vejam, novamente os sentimentos humanos colocados à prova no que se diz respeito à saúde econômica de uma nação. E valorizemos. Poucas culturas no mundo gozam da alegria, bom humor, esperança e confiança quanto os latinos, em especial nosso querido e amado Brasil!

Palavra de Ordem
É exatamente dentro destes conceitos e filosofias, que devemos cumprir com nosso papel no momento de defendermos idéias dentro de nossas corporações, quanto ao expor um tema, seja de forma privativa ou pública. Claro, neste último, as responsabilidades aumentam consideravelmente.
Pensando nisso, digo que aqueles que se pronunciam publicamente quanto aos passos e avanços da economia, devem ter um cuidado redobrado quanto àquilo que apresentam.
É evidente que não quero ser iludido, nem enganado. Não quero que ocultem problemas sistêmicos e inerentes ao processo de desenvolvimento econômico, principalmente quanto aos emergentes.
No mundo acadêmico existe uma máxima que diz: “Em economia, tudo que se é dito, acontece!” Lógico, nada mais óbvio. Vejamos alguns exemplos:
Se todos começarmos a vender o peixe de que a economia está parando, que espera-se um momento econômico mais duro à economia brasileira, que as indústrias não contratarão com o mesmo fôlego com que vêm contratando… é praticamente certo que a economia sofrerá fortes quedas em seus índices. CLARO! Ninguém mais confia na indústria, no mercado, na demanda, reduzem-se as ofertas, reduzem a produção, e obviamente reduzem também as oportunidades de emprego. Que por sua vez, fará com que o consumo caia, reduzindo a produção e assim sucessivamente. Entraremos, portanto, num círculo vicioso prejudicial a qualquer economia do mundo. E o pior, o antídoto custará a chegar. Resta-nos pedir: “que Deus nos ajude!”

Por outro lado, se, com a devida responsabilidade, sem ilusão nem demagogia, vendermos este mesmo peixe de uma maneira mais palatável e mais otimista, já temos o exemplo da última crise que nos tirou do buraco. Ou melhor, fez com que não entrássemos nesse buraco que parecia não ter mais fim.
Portanto, ressalto, é de crucial importância a todos nós, aos nossos empregos, às nossas corporações e ao país todo que filtremos os noticiários econômicos!

Disciplina
Não apenas os filtrem, nem queira pensar que estão nos enganando ou “inventando” fatos e argumentos. Recomendo, em contra-ponto, que tenhamos um melhor nível de informação.
Criemos massa crítica!
Leiam diversas publicações, especialmente de linhas editoriais e grupos econômicos distintos. Leiam revistas de diferentes públicos: atualidades, aquelas destinadas mais a público corporativo, revistas de economia, sociedade, e ainda… vez ou outra uma revista de produção acadêmica, tais como: Brazil Business School, Harvard Business School, Página 22 (FGV).
De resto, boa leitura, otimismo e bola pra frente!